Março azul-marinho: mês de conscientização do câncer colorretal

mar 3, 2022

Azul-marinho é a cor escolhida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para identificar a campanha de prevenção ao câncer de colorretal, desenvolvida durante o mês de março. A iniciativa pretende conscientizar a população sobre a importância de iniciativas que auxiliem no diagnóstico precoce da doença e que inibiam o seu surgimento, já que os tumores no aparelho intestinal é um dos mais incidentes no mundo.

Em terceiro lugar na lista dos tumores com maior ocorrência no Brasil atualmente, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a partir da aferição de 50 mil casos em 2020, o câncer de intestino, como é popularmente conhecido, se mostra cada dia mais comum no País e bastante agressivo, se descoberto tardiamente. Um levantamento realizado pelo hospital A.C. Camargo mostra que, durante a pandemia, 64% dos casos foram diagnosticados em estágio avançado – em 2019, o percentual era de 38%. No entanto, esse câncer é tratável, na maioria dos casos, e curável, se detectado logo no início. A doença inclui as regiões do cólon (intestino grosso), do reto (final do intestino) e do ânus.

O câncer colorretal é considerado uma doença do estilo de vida. Isso porque os fatores de risco que determinam o surgimento e o crescimento do tumor dependem quase que exclusivamente dos próprios pacientes. Os principais fatores de risco para o desenvolvimento de câncer do intestino são histórico familiar; idade igual ou acima de 50 anos; tabagismo; uso de álcool demasiado; sedentarismo; obesidade; ingestão excessiva de carne vermelha, alimentos gordurosos e industrializados; pouco consumo de frutas, grãos e legumes. Dentre os sintomas da doença estão emagrecimento não justificado, sangue nas fezes, anemia de repetição, cansaço e indisposição, diarreia frequente ou constipação.

É importante ressaltar que o câncer de colorretal é o único capaz de ser tratado na fase pré-cancerosa, visto que o tumor nasce como um adenoma – um pólipo ainda benigno. Diferentemente do câncer de mama e de próstata, cujos exames servem para identificar a doença no início, a colonoscopia visualiza e remove a lesão precocemente, na fase pré-cancerosa. Se erradicada, evita o surgimento do câncer.

Por isso, recomenda-se que a primeira colonoscopia seja feita a partir dos 50 anos de idade, mesmo sem presença de sintomas. Caso haja antecedentes familiares de câncer colorretal ou pólipos adenomatosos, a prevenção deve começar por volta dos 40 anos. Outros exames também são capazes de fazer o diagnóstico, como a verificação de sangue oculto nas fezes e a retossigmoidoscopia, que é menos invasivo. No entanto, nenhum é tão completo e eficiente como a colonoscopia, pois, além de identificar todos os pólipos, consegue eliminar as lesões.