Para a área da saúde, o mês de fevereiro é marcado pela cor laranja, que simboliza a campanha de conscientização sobre a leucemia e a importância da doação de medula óssea. Criado em 2019, no Brasil, o Fevereiro Laranja alerta sobre a incidência deste tipo de câncer localizado no sangue e a importância do diagnóstico precoce para a cura.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), em 2020, foram aferidos 10,8 mil novos registros de leucemia no País, sendo 5,9 mil em homens e 4,8 mil em mulheres. Em relação a 2019, os números mostram um aumento de 31,8% nos casos, o que significou um total de 7,3 mil diagnósticos naquele período. A pandemia e o decorrente isolamento social ampliaram a dificuldade de diagnóstico de diversos tipos de câncer, o que não foi diferente com a leucemia.

Por isso, o Fevereiro Laranja ganha força neste ano e ressalta a necessidade da população conhecer mais amplamente o tema, os tipos de câncer existentes e seus sintomas. Na leucemia, a principal característica é crescimento rápido e anormal das células do sangue, os chamados leucócitos, que são responsáveis pela defesa do organismo. O diagnóstico é realizado com a coleta de sangue, chamada hemograma, ou por exames na medula óssea, conhecidos como mielograma, imunofenotipagem e cariótipo.

Os sintomas mais característicos são cansaço, hematomas, sangramento nas gengivas e no nariz, anemia, fadiga, inchaço no pescoço, dores nos ossos e nas articulações, febres que podem vir acompanhadas de suores noturnos, perda de peso, aparecimento de manchas rochas ou avermelhadas na pele, palpitações e sensações incômodas na região abdominal.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), existem mais de dez tipos de diferentes e os mais frequentes são a Leucemia Mieloide Aguda (LMA), comum em adultos; a Leucemia Mieloide Crônica (LMC); a Leucemia Linfóide Aguda (LLA), que atinge predominantemente crianças e corresponde a 26% de todos os tumores malignos; e a Leucemia Linfóide Crônica (CLL).

Cada tipo também conta com diferentes tratamentos, que podem ser transfusão de sangue, quimioterapia e transplante de medula óssea. Os protocolos para essa doença têm a intenção de anular as células cancerígenas e retornar à produção das células sadias. Durante o processo é administrada a medicação quimioterápica, há um controle das infecções, das hemorragias e um foco maior no cuidado da doença no Sistema Nervoso Central, o que abrange o cérebro e a medula espinhal.

Após o controle da doença, se necessário, é aconselhável o transplante de medula óssea, que não ocorre por processo cirúrgico e pode ter início com células do próprio paciente (transplante autólogo), ou com as células de um doador (transplante alogênico).

Para a doação, é preciso ir a um hemocentro, retirar cinco ml de sangue e assinar um termo de consentimento da coleta desse material. Os dados do doador são armazenados no banco e se algum dia forem compatíveis com um paciente que necessite do transplante, será chamado pelo hemocentro para fazer mais alguns exames que constatem sua plena saúde. Após essa etapa e confirmada as boas condições para a ação, o doador é internado e, então, é encaminhado para um destes dois processos:

– Pulsão: retirada da medula óssea pelo osso da bacia com uma agulha;
– Aférese: administração de um medicamento para que as células sadias se proliferem e possa ser realizada uma doação de sangue.

A doação é fundamental, pois a cada cem mil pacientes, apenas um doador é compatível. Devido a essa estatística, quanto mais doadores disponíveis, maiores serão as probabilidades de compatibilidade entre as pessoas.