Com o avanço da medicina oncológica nas últimas décadas, os tratamentos disponíveis para o câncer de mama evoluíram drasticamente, o que tornou mais facilitada e assertiva a escolha dos protocolos. Cada tratamento está atrelado a inúmeras variáveis, como o estadiamento (estágio) da doença, as características biológicas do tumor, o tempo de desenvolvimento, a presença de enfermidades pré-existentes e o surgimento de metástases (quando outros órgãos também apresentam tumores).

Desta forma, o caminho em busca de um tratamento personalizado e assertivo inicia na averiguação do estadiamento do tumor, pois cada fase da doença necessita de um protocolo diferente. O segundo passo é a ponderação de benefícios, riscos e efeitos colaterais dessas opções terapêuticas. O estágio e o tipo de tumor determinam a necessidade de cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia ou terapia biológica (terapia alvo) – métodos que garantirão à paciente o melhor caminho para a cura ou para uma mais ampla qualidade de vida.

Ainda, com o consentimento médico, é possível complementar o tratamento escolhido com terapias alternativas, que normalmente incluem vitaminas, ervas, dietas especiais, acupuntura, massagens, entre outros.

Agora, conheça mais a fundo cada modalidade de tratamento contra o câncer de mama:

– Para os tumores em estágios 1 e 2, com até 5cm

A recomendação para os tumores localizados com até 5cm é a retirada cirúrgica. No padrão considerado conservador, é extraído apenas o tumor. Na abordagem mais invasiva, ocorre a retirada total ou parcial da mama (mastectomia), seguida ou não de reconstrução. É válido lembrar que a cirurgia para colocação de prótese mamária em pacientes com câncer já é feita pelo SUS (Sistema Único de Saúde) de forma totalmente gratuita.

Após a cirurgia, existe a possibilidade de tratamento complementar com a radioterapia e a adesão a um tratamento sistêmico. Para isso, são avaliados os riscos de recidiva (retorno da doença), a idade da paciente, o tamanho e o tipo do tumor, e se há comprometimento dos linfonodos axilares.

Ainda, a hormonioterapia prevê a administração de comprimidos para diminuir a produção dos hormônios femininos do organismo e promover uma melhor evolução da doença. Para aderir à técnica é preciso realizar a medição dos receptores hormonais do tumor com o exame de imunohistoquímica.

– Para os tumores em estágio 3, maiores de 5cm

Pacientes com tumores ainda localizados, mas superiores a 5cm, são encaminhadas ao tratamento sistêmico com quimioterapia. Após a redução do tumor, se inicia o tratamento local, com cirurgia e radioterapia.

– Para os tumores em estágio 4, com presença de metástase

Quando o câncer está presente também em outros órgãos, é fundamental buscar o equilíbrio entre o controle da doença e o possível aumento da sobrevida, levando-se em consideração os potenciais efeitos colaterais do tratamento. A atenção à qualidade de vida da paciente com câncer de mama deve ser preocupação máxima dos profissionais de saúde ao longo de todo o processo terapêutico.

Mesmo para os casos de extrema complexidade, onde a paciente escolhe interromper o tratamento, ainda é possível receber cuidados de suporte para tratar e controlar a dor ou outros sintomas. É importante lembrar que o câncer de mama possui altos índices de conclusão exitosa e em fase inicial permite chances de 95% de cura.