A menopausa é um ciclo natural da vida da mulher que corresponde ao último período menstrual. Ocorre entre 45 e 55 anos, em geral, e vem seguida da parada permanente da menstruação. Nesse período ocorre diminuição de estrógeno, que é um hormônio produzido pelos ovários e responsável por controlar várias funções no corpo, como a saúde do sistema reprodutor feminino, dos ossos, do sistema cardiovascular e do cérebro.

A redução do estrógeno pode contribuir para alguns prejuízos à saúde feminina, como o surgimento de osteoporose, depressão, cistos na mama, pólipos no útero ou, até mesmo, o câncer, porque as alterações nos níveis de hormônio, características dessa fase da vida da mulher, facilitam o seu desenvolvimento ou instalação.

Alguns fatores acumulados a esta condição hormonal acabam contribuindo ainda mais para o desenvolvimento de doenças. É o caso da obesidade, que aumenta os riscos de câncer de mama nessa fase, mas também o índice de outros tumores não-ginecológicos. No entanto, a relação entre o peso e o risco da doença é complexa, pois estudos mostram que o risco tende a ser maior em mulheres que ganharam peso na idade adulta, e não para aquelas que sempre estiveram acima do peso desde a infância.

Ou seja, além das alterações hormonais, observa-se a existência de outras condições que afetam a saúde das mulheres. Por isso, hábitos de vida saudáveis são essenciais no combate ao câncer, como boa alimentação, atividade física, não fumar, não ingestão de álcool em excesso e o uso de preservativo nas relações sexuais são grandes aliados na prevenção dos mais variados tipos de câncer.

Veja quais são as neoplasias mais comuns durante a menopausa:

Câncer de endométrio

É o mais frequente entre os tumores de corpo de útero. Ocupa o oitavo lugar no ranking entre os cânceres mais incidentes para mulheres, com 6.540 novos casos em 2020, segundo o INCA. Pode ocorrer na menopausa, principalmente em casos tardios, e geralmente é detectado em estágio inicial porque sintomas como sangramento vaginal ou dor pélvica são os primeiros sinais.

Câncer de ovário

Esta é a segunda neoplasia ginecológica mais comum entre as mulheres. A idade tardia na menopausa, após os 55 anos, pode estar associada ao maior risco dessa doença. Já o risco de câncer de ovário com terapia hormonal pós-menopausa aparenta ser pequeno.

Câncer de mama

Diversos sãos os motivos relacionados ao aumento do risco, como idade e fatores endócrinos, reprodutivos, comportamentais, ambientais, hereditários e genéticos. A menopausa tardia e a terapia de reposição hormonal pós-menopausa (estrogênio-progesterona) demonstram ser alguns dos complicadores mais presentes.

Câncer de pulmão

Estudo recentes da Sociedade Europeia de Medicina Oncológica traçam um paralelo entre este tipo de câncer e a menopausa, sugerindo que um maior tempo de exposição ao estrogênio, com o aparecimento posterior da menopausa, pode promover a transformação das células pulmonares ou o crescimento e disseminação de tumores pulmonares primários subclínicos existentes.

Câncer do sistema digestivo

O mesmo estudo desenvolvido em Madrid aponta que mulheres com acúmulo de gordura abdominal, somado à menopausa, têm desenvolvido maior número de tumores no sistema digestório. Ainda, especialistas relatam que o estrogênio ajuda a manter o hormônio do estresse cortisol sob controle. Mas quando o estrogênio fica baixo, o cortisol aumenta, afetando o sistema digestório.