As estatísticas mostram que o câncer é a doença crônica mundial mais curável atualmente. De forma geral, em países desenvolvidos, cerca de 50% dos casos são solucionados. No Brasil estima-se que esse número seja um pouco menor, diante dos índices de diagnósticos tardios.

Os tratamentos contra o câncer têm evoluído de forma constante e o índice de cura é maior a cada ano. Ainda assim, os protocolos utilizados impactam na vida do paciente e trazem consequências, pois, além de atacar as células cancerígenas, agridem células saudáveis, causando efeitos colaterais. Deve ser levado em conta que essas implicações são temporárias e reversíveis, e que existem algumas medidas para amenizá-los.

Efeitos da quimioterapia e radioterapia sobre o corpo:

Queda de cabelo

Entre as mulheres, essa pode ser uma das consequências mais traumáticas, já que interfere na aparência e, consequentemente, na autoestima. Na quimioterapia, a queda de cabelo ocorre porque o medicamento usado para inibir o câncer ataca células que se reproduzem com uma rapidez maior, como é o caso das células capilares. A queda costuma começar na terceira sessão, mas não é uma regra, visto que depende do tipo e do nível do câncer tratado e da localização.

A boa notícia é que já existe uma técnica para evitar a queda de cabelo. O método resfria as células do couro cabeludo e é aplicado simultaneamente aos medicamentos da quimioterapia. Para quem perdeu os cabelos, o recomendado é cuidar do couro cabeludo com a utilização de protetor solar, chapéus e lenços para evitar queimaduras na pele sensível. Na radioterapia esse efeito ocorre raramente e, quando ocorre, o cabelo logo volta a crescer. É que o processo da rádio é localizado e só atinge a cabeça se o tumor estiver neste local.

Náuseas, vômitos e diarreia

O corpo humano tem um método de proteção padrão a partir da entrada de qualquer corpo estranho. E é isto que ocorre com o uso de medicamentos durante a quimioterapia: o cérebro envia uma mensagem de proteção ao estômago e ao intestino que reagem com náuseas, vômitos e diarreia, tentando eliminar esses elementos. Para evitar esses efeitos é feita a administração de antieméticos, que agem na prevenção dos sintomas.

Pacientes que passam pela radioterapia também podem apresentar náuseas, vômitos e falta de apetite. Nesses casos, mais pela fadiga causada pelo tratamento do que por agentes tóxicos.

Impotência, infertilidade e perda da libido

A quimio e a radioterapia causam efeitos sobre a sexualidade, podendo afetar o aparelho reprodutor, o aparelho urinário e ocasionar a perda da libido. A infertilidade pode ocorrer porque os medicamentos são tóxicos para os ovários, para a produção de espermatozoides e para o aparelho reprodutor, podendo levar homens e mulheres à esterilidade, em alguns casos. Na radioterapia o problema pode ocorrer quando o câncer está localizado na região pélvica, como colo do útero, ovário, reto e próstata.

Já a libido é afetada nos casos de câncer ginecológico, próstata e testículo, devido à alteração hormonal provocada pelo tratamento. Ou, no caso da radioterapia pélvica, por causar efeitos que tornam a relação sexual dolorosa. Nos homens, pode surgir a impotência sexual, cujo nome científico é Disfunção Erétil, definida como a incapacidade de obter ou manter uma ereção suficiente para um desempenho sexual satisfatório.

É preciso muita resiliência para transpor os efeitos colaterais dos tratamentos contra o câncer e contar com o suporte de uma equipe de profissionais de saúde competente para indicar as melhores alternativas. Mas também é fundamental ter em mente que a grande maioria dos efeitos colaterais são passageiros e desaparecem com o término do tratamento. Tudo é transitório, inclusive o câncer.