O linfedema é o acúmulo de líquido linfático em áreas do corpo com maior quantidade de gordura, podendo causar inchaço em braços, pernas, rosto, pescoço, abdome e, até mesmo, órgãos genitais. É mais comum após cirurgias oncológicas com remoção de linfonodos, radioterapias, infecções doenças cardíacas, vasculares, entre outros.

Algumas pessoas são mais propensas ao seu surgimento e a ciência ainda tenta desbravar as justificativas para esse acúmulo de líquido descompensado em determinados pacientes. Aqueles que tiveram uma grande quantidade de linfonodos removidos ou realizaram tratamento radioterápico têm um risco maior de desenvolver linfedema a longo prazo, mas não há como prever quem irá desenvolvê-lo.

Para compreender melhor a formação de um linfedema e suas consequências, é preciso adentrar o universo do sistema linfático, responsável pela imunidade. Parte desta rede de proteção, os linfonodos são pequenos grupos de tecidos que filtram substâncias nocivas e ajudam a combater infecções, por meio do transporte e da coleta do líquido linfático. O linfedema, por sua vez, é provocado pela remoção desses linfonodos, durante uma cirurgia oncológica, por exemplo, decorrente de uma radioterapia, pelo próprio tumor (que pode obstruir o sistema linfático), ou pelo aumento dos glóbulos brancos na leucemia.

Infelizmente, ainda não existe um protocolo padrão para prevenir um linfedema, mas novas técnicas surgem na medicina para aprimorar o processo de retirada dos linfonodos e, assim, diminuir a probabilidade do acúmulo de líquido indesejado. Conheça algumas dessas alternativas:

– Mapeamento reverso axilar

Técnica usada na cirurgia de câncer de mama com aplicação de corante azul na parte superior do braço. Afere quais linfonodos são responsáveis pela drenagem do braço e possibilita que eles não sejam retirados durante o processo cirúrgico.

– Biópsia do linfonodo sentinela e Dissecção de linfonodos axilares

Procedimentos utilizados no diagnóstico de comprometimento de linfonodos, em caso de tumores. Se necessário, será removida a cadeia ganglionar afetada. Se o câncer não for encontrado nesses linfonodos, esses procedimentos limitarão o número de linfonodos removidos, para que o risco de linfedema seja menor.

Veja quais são os sintomas mais comuns:

– Sensação de peso no tórax, braços, pernas ou abdome;

– Mudanças na pele, como enrijecimento e vermelhidão;

– Dor, formigamento ou outro desconforto no corpo;

– Redução de movimentos e flexibilidade nas articulações, como mãos, pulsos ou ombros;

– Surgimento de edemas;

– Sentir que roupas e sapatos estão apertados, mesmo sem ganho de peso, assim como colares, anéis, relógios ou pulseiras.

Ainda, é possível tomar algumas medidas que ajudam a reduzir as chances de um linfedema:

– Evitar usar muito o braço ou perna do lado operado;

– Observar-se atentamente em frente ao um espelho, comparando os lados do corpo e procurando alterações no tamanho, forma ou cor da pele. Se notar qualquer um desses sinais informar imediatamente o médico;

– Cuidar da pele para inibir o risco de infecção. Usar sempre protetor solar com FPS de pelo menos 30 e não se expor aos raios ultravioleta (UV) entre às 10 e 16h.

– Verificar se as roupas de compressão se encaixam adequadamente ao seu biótipo e que sejam usadas corretamente, para não piorar o linfedema;

– Havendo dor nos braços, é recomendado deitar-se e levantá-los acima do nível do coração;

– O exercício regular é parte essencial do tratamento do linfedema, procurando não cansar demais o ombro e o braço.