No início do século 21 o câncer de pulmão já era considerado uma das principais causas de mortes evitáveis do mundo.
Segundo os últimos dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer), a estimativa era de mais de 28 mil novos casos diagnosticados da doença para 2016.
Estima-se que menos de 20% dos casos sejam identificados em fases iniciais, o que pode comprometer muito o sucesso de um eventual tratamento. Em vista dos números, hoje trago informações de extrema importância.
O câncer de pulmão é um dos raros tipos de doenças que podem ser quase que totalmente evitadas pelas escolhas conscientes. Continue lendo para conhecer mais sobre as causas e prognóstico do câncer de pulmão.
Sintomas
Geralmente os sinais de um câncer de pulmão apenas se manifestam quando a doença já atingiu uma fase mais avançada.
A grande maioria dos casos é diagnosticada tardiamente.
Enquanto não existem sintomas específicos de um tumor pulmonar – em vista de que muitos deles se confundem com os sintomas de outras doenças respiratórias como o enfisema pulmonar, bronquite e pneumonia – as manifestações mais comuns incluem:
- Dor no peito
- Chiado
- Tosse
- Falta de ar
- Diminuição do apetite e perda rápida de peso
- Presença de sangue no catarro
O alerta fica principalmente para os fumantes: tanto homens quanto mulheres. Se observarem qualquer um destes sintomas, é recomendado que se busque orientação médica o quanto antes.
Tabagismo
O tabagismo é a causa mais conhecida para o aparecimento de um câncer de pulmão.
Cerca de 90% dos pacientes com câncer de pulmão fumam ou já fumaram durante a vida.
Na verdade, quem possui o hábito de fumar tem 40 vezes mais chances de desenvolver a doença quando comparado a uma pessoa não fumante. Na fumaça do cigarro estão presentes mais de 5 mil substâncias químicas: cerca de 50 são cancerígenas.
Existem ainda alguns fatores relacionados ao fumo que podem colaborar para um carcinoma pulmonar: a idade em que se começou a fumar, a idade da pessoa e a quantidade de cigarros consumida diariamente, por exemplo.
Os fumantes passivos, que não possuem propriamente o hábito de fumar mas que convivem expostos a fumantes em ambientes fechados (como em casa ou no trabalho) também fazem parte deste grupo.
Aqueles que fumam porém dizem “não inalar”, ou seja, que apenas seguram a fumaça na boca e não a aspiram para os pulmões, continuam se colocando em perigo.
Além da prática não evitar o contato com as substâncias cancerígenas que resultam em um câncer de pulmão, esses indivíduos correm ainda o risco aumentado de desenvolver câncer da boca ou garganta.
Vale lembrar que todas as categorias de cigarros são igualmente maléficas para a saúde: cigarros “light”, cachimbo, charuto e cigarros de palha também são considerados fatores de risco.
A informação e a saúde estão disponíveis para todos, mas cada um sabe a importância que isso tem para si. Não podemos negar, porém, o peso que nossas escolhas representam para a saúde.
Outras causas
Além do tabagismo, destaco alguns outros fatores que colaboram para o desenvolvimento da doença:
- Agentes químicos – a exposição por parte de algumas profissões específicas ou funções a certas substâncias cancerígenas como o arsênico, amianto, berílio, cromo, níquel, cádmio, asbesto e radônio.
- Genética – histórico de câncer pulmonar na família.
- Doenças pulmonares – enfisema pulmonar (ou bronquite crônica) e tuberculose podem aumentar as chances de uma pessoa desenvolver um tumor.
Cito ainda a alimentação. Como diversas doenças, a alimentação seguida por cada pessoa pode ser determinante no aparecimento de doenças, inclusive de muitos tipos de câncer.
Dietas desequilibradas, pobres em frutas e verduras são apontadas como causas que podem agravar a possibilidade de um carcinoma pulmonar.
Prognóstico do câncer de pulmão
O prognóstico de um paciente com câncer é discutido como forma padrão pelos médicos através da taxa de sobrevida.
Esta taxa de 5 anos é feita com base na porcentagem dos pacientes que vivem por pelo menos 5 anos após o diagnóstico inicial do câncer. Se trata de uma média, pois muitos pacientes chegam a viver por muito mais tempo, e muitos são curados, inclusive.
Em geral, a taxa de sobrevida para pacientes com câncer de pulmão típico variam de 85% a 90%, enquanto a taxa de sobrevida para os pacientes com câncer de pulmão atípico vão de 50% a 70%.
Os avanços e melhorias nos tratamentos, felizmente, têm resultado em prognósticos cada vez mais favoráveis para pacientes que estão sendo diagnosticados e tratados atualmente.
Apesar de servir como guia, as taxas de sobrevida são baseadas em resultados anteriores de um grande número de pessoas que desenvolveram o câncer de pulmão.
Uma única certeza
É muito delicado e incerto tentar prever o que acontecerá com o paciente apenas baseando-se na taxa de sobrevida.
O prognóstico é individual e pode variar de acordo com uma série de outros fatores: a idade, como a doença está respondendo ao tratamento e o estado geral de saúde do paciente.
Cada pessoa é única, assim como seu organismo e sua resposta ao tratamento e doenças. Somente o médico responsável pelo caso poderá fornecer um prognóstico correto.
O que se pode afirmar, entretanto, é que o câncer de pulmão não precisa ser uma ameaça para você. A prevenção é possível: mantenha hábitos saudáveis, reflita sobre suas ações.
Uma vida de equilíbrio é uma vida de saúde.
Dra. Alessandra Morelle
Fonte: Oncoguia