O câncer de pele é a forma mais comum de câncer nos Estados Unidos. Infelizmente também é a menos óbvia de identificar. Entenda mais porque o câncer de pele é silencioso e quais são os sinais que ele pode dar.
As estatísticas
A British Association of Dermatologists (BAD) revelou em pesquisa que cerca de 72% dos seus entrevistados se expôs ao sol no útimo verão. E 77% deles não são confiantes de sua capacidade de reconhecer melanomas de pele. O câncer de pele é uma das formas mais comuns de câncer, e ainda assim, a identificação dele continua representando um desafio para todos.
Os últimos dados coletados nos Estados Unidos mostram que 66 mil americanos apresentaram melanomas na pele, e mais de 9 mil deles morreram. Muitos especialistas levantam a hipótese de que a falta de informação a respeito da doença acaba diminuindo as chances de identificar os sinais de alerta com tempo hábil. Os dados mostram também que os homens são os mais afetados. Homens são quase duas vezes mais propensos a sofrer e morrer de câncer de pele do que as mulheres.
O representante da BAD acredita que estes resultados sejam consequência da falta de hábito de se proteger dos raios solares:
“As pessoas subestimam os danos que as queimaduras de sol podem fazer na pele e muitos pensam que o enrugamento da pele é apenas uma parte inofensiva do processo de bronzeamento, em vez de um sinal seguro de que você danificou sua pele irremediavelmente”.
Como identificar
Apesar da dificuldade de identificação, existem alguns sinais clássicos, que devem ser levados em consideração caso apareçam. Preste atenção caso tenha lesões que coça, descamam e sangram um período maior que 4 semanas. Estes são grandes sinais de câncer de pele.
Existe também a regra do ABCD, utilizada pelos especialistas. Preste atenção nestes quatro pontos da lesão:
Assimetria: a falta de simetria da lesão pode ser um forte indicativo. Lesões assimétricas são aquelas onde suas metades podem variar em tamanho ou forma, diferentes entre si.
Borda: a falta de definição nas bordas da lesão pode ser um indicativo. Bordas indefinidas ou irregulares, ou com entalhes, como uma foto desfocada, são consideradas perigosas.
Cor: a desigualdade e falta de consistência da cor da lesão também é considerado indicativo. Quando as cores são desiguais, com diferentes tons de preto, marrom ou rosa, as lesões podem ser perigosas.
Diâmetro: lesões preocupantes tem pelo menos 6 mm de diâmetro.
Mas preste atenção pois nem todo câncer de pele precisa ter uma lesão ou um melanoma. De acordo com o BAD, manchas que descamam e manchas grossas ou inflamadas também necessitam de atenção. Principalmente aquelas que crescem irregularmente, com uma espécie de vulcão virado pra cima, uma erupção como uma bolha, dentro, ou ligada a uma lesão principal.
A prevenção
Os especialistas acreditam que todos sabem dos perigos que cercam os raios ultravioleta, mas que infelizmente a cultura da proteção ainda não existe. A proteção não é adotada como regra e isso faz com que o câncer de pele continue matando.
O procedimento indicado é a realização de testes, a cada lesão nova ou cada modificação sentida na pele. Mas adivinha quantas pessoas realmente segue esse conselho? Apenas 4%. Uma pesquisa que entrevistou cerca de mil pessoas mostrou que apenas 4% têm esse hábito, enquanto 40% admitiram que nunca verificam a pele ou lesões presentes nela.
Mas identificar as lesões não é a única alternativa para lutar contra o câncer de pele. Especialistas acreditam que a grande maioria das pessoas conhece muito bem os benefícios dos protetores solares, mas não sabem exatamente quanto e com que frequência devem usá-lo.
A radiação ultravioleta danifica a pele. Isso acontece mesmo em poucos minutos de exposição. Uma exposição de apenas 15 minutos, mesmo se o sol não estiver visível, já é suficiente para causar danos.
Ou seja, mesmo em dias nublados, é preciso usar o protetor solar. O recomendado é utilizar um protetor solar que proteja contra raios UVA e UVB, preste atenção na embalagem. O filtro deve ser no mínimo fator 15 e é necessário reaplicar a cada duas horas, ou a cada vez que suar ou nadar.
O retorno do verão também quer dizer proteção rodobrada. É possível aproveitar o calor com segurança, mas também é preciso lembrar que nem só no verão existem raios solares, eles existem no inverno também. Por isso, cuide se! É indicado o uso de protetor solar sempre.
Dra Alessandra Morelle
Fonte: Medical Daily